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Amália Hoje

Amália Hoje, es un álbum lanzado el 27 de abril de 2009, por el proyecto de pop portugués Hoje, liderado por el músico Nuno Gonçalves (The Gift). Se presentó en el centro cultural de Belém en Lisboa el 1 de abril de 2009, ya que se cumplen diez años de la muerte de Amália Rodrigues.

Amália Hoje es un álbum con fados de Amália Rodrigues pero con la sonoridad del pop actual.

El álbum, que fue editado por La Folie y Valentim de Carvalho Multimédia, tuvo como single de lanzamiento el tema Gaivota, con la voz de Sónia Tavares.

Nuno Gonçalves es quien firma la selección de canciones, los arreglos y la dirección musical del grupo al que le da voz Sónia Tavares, vocalista de The Gift, Fernando Ribeiro, de Moonspell y Paulo Praça (ex Turbo Junkie y Plaza).

Nuno Gonçalves describe Amália Hoje como "un disco épico, muy orgánico, aunque pesado en términos de producción", ya que se grabó en Londres con la London Session Orchestra y fue mezclado en Dublín y Madrid.

Inmediatamente después de su lanzamiento, el 27 de abril de 2009, Amália Hoje lideró las listas de ventas en Portugal durante más de 20 semanas, convirtiéndose en disco de platino (más de 20000 discos vendidos) a principios de junio. En noviembre de 2009 alcanzó el triple disco de platino y se convirtió en el disco más vendido en Portugal en 2009.

Amália Hoje (2009)

1. Fado Português
2. Grito
3. Gaivota
4. Nome da Rua
5. Formiga Bossa Nova
6. Medo
7. Abandono
8. L`important c`est la rose
9. Foi Deus

Fado português

O fado nasceu um dia / Quando o vento mal bulia / E o céu, o mar prolongava. / Na amurada dum veleiro / No peito dum marinheiro / Que estando triste cantava / Ai que lindeza tamanha / Meu chão, meu monte, meu vale / De folhas, flores, frutas de oiro... / Vê se vês terras de Espanha / Areias de Portugal / Olhar ceguinho de choro / Na boca dum marinheiro / Do frágil barco veleiro / Morrendo a canção magoada / Diz o pungir dos desejos / Do lábio a queimar de beijos / Que beija o ar e mais nada / Mãe adeus, adeus Maria / Guarda bem no teu sentido / Que aqui te faço uma jura... / Que, ou te levo à sacristia / Ou foi Deus que foi servido / Dar-me no mar, sepultura / Ora eis que embora outro dia / Quando o vento nem bulia / E o céu o mar prolongava / À proa doutro veleiro / Velava outro marinheiro / Que estando triste cantava

 

El fado nació un día / Cuando el viento apenas se movía / Y el cielo prolongaba el mar / En la quilla de un velero / En el pecho de un marinero / Que estando triste cantaba / Ay, que belleza tan grande / Mi suelo, mi monte, mi valle / De hojas, flores, frutas de oro… / Mira si ves tierras de España / Arenas de Portugal / Mirada ciega de llanto / En la boca de un marinero / Del frágil barco velero / Muriendo la canción dolorida / Dice al desgarrar los deseos / Del labio que arde de besos / Que besa el aire y nada más / Madre, adiós; adiós, María / Guárdame bien en tu pensamiento / Que aquí te hago un juramento… / Que, o te llevo a la sacristía / O es que Dios tuvo la voluntad / De darme en el mar sepultura / Y de repente otro día / Cuando el viento apenas se movía / Y el cielo prolongaba el mar / Velaba otro marinero / Que estando triste cantaba

Grito

Silêncio! / Do silêncio faço um grito / O corpo todo me dói / Deixai-me chorar um pouco. / De sombra a sombra / Há um Céu...tão recolhido... / De sombra a sombra / Já lhe perdi o sentido. / Ao céu! / Aqui me falta a luz / Aqui me falta uma estrela / Chora-se mais / Quando se vive atrás dela. / E eu, / A quem o sol esqueceu / Sou a que o mundo perdeu / Só choro agora / Que quem morre já não chora. / Solidão! / Que nem mesmo essa é inteira... / Há sempre uma companheira / Uma profunda amargura. / Ai, solidão / Quem fora escorpião / Ai! solidão / E se mordera a cabeça! / Adeus / Já fui para além da vida / Do que já fui tenho sede / Sou sombra triste / Encostada a uma parede. / Adeus, / Vida que tanto duras / Vem morte que tanto tardas / Ai, como dói / A solidão quase loucura

¡Silencio! / Del silencio hago un grito / El cuerpo entero me duele / Dejadme llorar un poco. / De sombra a sombra / Hay un cielo… tan recogido… / De sombra a sombra / Ya le perdí el sentido. / ¡Al cielo! / Aquí me falta la luz / Aquí me falta una estrella / Se llora más / Cuando se vive detrás de ella. / Y yo, / A quien el sol olvidó / Soy la que el mundo perdió / Sólo lloro ahora / Que quien muere ya no llora / ¡Soledad! / Que ni siquiera ella está entera… / Hay siempre una compañera / Una profunda amargura. / Ay, Soledad/ Quién fuera un escorpión / ¡Ay, soledad! / Para morderse la cabeza / Adiós / Ya me fui más allá de la vida / De lo que ya fui tengo sed / Soy sombra triste / Apoyada a una pared. / Adiós, / Vida que tanto duras / Ven muerte que tanto tardas / Ay, cómo duele / La soledad casi locura

Gaivota

Se uma gaivota viesse / Trazer-me o céu de Lisboa / No desenho que fizesse / Nesse céu onde o olhar / É uma asa que não voa / Esmorece e cai no mar. / Que perfeito coração / No meu peito bateria / Meu amor na tua mão / Nessa mão onde cabia / Perfeito o meu coração. / Se um português marinheiro / Dos sete mares andarilho / Fosse quem sabe o primeiro / A contar-me o que inventasse / Se um olhar de novo brilho / No meu olhar se enlaçasse. / Que perfeito coração / No meu peito bateria / Meu amor na tua mão / Nessa mão onde cabia / Perfeito o meu coração. / Se ao dizer adeus à vida / As aves todas do céu / Me dessem na despedida / O teu olhar derradeiro / Esse olhar que era só teu / Amor que foste o primeiro. / Que perfeito coração / Morreria no meu peito / Meu amor na tua mão / Nessa mão onde perfeito / Bateu o meu coração.


Si viniese una gaviota / A traerme el cielo de Lisboa / Y en el dibujo que hiciese / En ese cielo donde la mirada / Es un ala que no vuela / Se desmaya y cae al mar. / Qué perfecto corazón / En mi pecho latiría / Mi amor, en tu mano/ En esa mano donde cabía / Perfecto mi corazón. / Si un marinero portugués / Navegante de los siete mares / Fuese quien sabe el primero / Quien me contase lo que inventara / Si una mirada de nuevo brillo / A mi mirada se enlazase. / Qué perfecto corazón / En mi pecho latiría / Mi amor, en tu mano/ En esa mano donde cabía / Perfecto mi corazón. / Si al decir adiós a la vida / Todas las aves del cielo / Me diesen en la despedida / Tu última mirada / esa mirada que era sólo tuya / Amor que fuiste el primero. / Qué perfecto corazón / Moriría en mi pecho / Mi amor, en tu mano / En esa mano donde perfecto / Latía mi corazón.

Nome da rua

Deste-me um nome de rua, duma rua de Lisboa / Muito mais nome de rua, do que nome de pessoa / Um desses nomes de rua, que são nomes de canoa / Nome de rua quieta / Onde à noite ninguém passa / Onde o ciúme é uma seta / Onde o amor é uma taça / Nome de rua secreta / Onde à noite ninguém passa / Onde a sombra dum poeta / De repente nos abraça / Com um pouco de amargura, com muito da Madragoa / Com a ruga de quem procura e o riso de quem perdoa / Deste-me um nome de rua, duma rua de Lisboa 

 

Me diste el nombre de una calle, de una calle de Lisboa / Mucho más nombre de calle que nombre de persona / Uno de esos nombres de calle que son nombres de canoa / Nombre de calle tranquila / Donde los celos son una aguja / Donde el amor es una copa / Nombre de calle secreta / Donde por la noche no pasa nadie / Donde la sombra de un poeta / De repente nos abraza / Con un poco de ternura, con mucho de Madragoa / Como la arruga de quien busca y la risa de quien perdona / Me diste el nombre de una calle, de una calle de Lisboa

Formiga Bossa Nova

Minuciosa formiga / Não tem que se lhe diga / Leva a sua palhinha / Não tem que se lhe diga / Leva a sua palhinha / Asinha, asinha / Assim devera eu ser / Assim devera eu ser / Assim devera eu ser / Assim devera eu ser / Assim devera eu ser / E não esta cigarra / Que se põe a cantar / E não esta cigarra / Que se põe a cantar / E me deita a perder / Assim devera eu ser / De patinhas no chão / Formiguinha ao trabalho / De patinhas no chão / Formiguinha ao trabalho / E ao tostão / Assim devera eu ser / Assim devera eu ser / Assim devera eu ser / Se não fora não querer

 

Minuciosa hormiga / No hay que decirle / Que lleve su pajita No hay que decirle / Que lleve su pajita / Deprisa, deprisa / Así debiera yo ser / Así debiera yo ser / Así debiera yo ser / Así debiera yo ser / Así debiera yo ser / Y no esta cigarra / Que se pone a cantar / Y no esta cigarra / Que se pone a cantar / Y me acuesto arruinándome / Así debiera yo ser / Con los pies en el suelo / Hormiguita que trabaja / Con los pies en el suelo / Hormiguita que trabaja / Y se gana el pan / Así debiera yo ser / Así debiera yo ser / Así debiera yo ser / Si no fuera porque no quiero

Medo

Quem dorme à noite comigo / É meu segredo / Mas se insistirem, lhes digo / O medo mora comigo / Mas só o medo, mas só o medo. / E cedo porque me embala / Num vai-vem de solidão / É com silêncio que fala / Com voz de móvel que estala / E nos perturba a razão. / Gritar quem pode salvar-me / Do que está dentro de mim / Gostava até de matar-me / Mas eu sei que ele há-de esperar-me / Ao pé da ponte do fim

Quien duerme por la noche conmigo / Es mi secreto / Pero si insisten, les digo / El miedo vive conmigo / pero sólo el miedo, pero sólo el miedo. / Y cedo porque me acuna / En un vaivén de soledad / Y es con silencio que me habla / Con voz de mueble que cruje / Y nos perturba la razón. / Gritar quién puede salvarme / De lo que está dentro de mí / Quisiera incluso matarme / Pero sé que él ha de esperarme / Al pie del puente del fin

Abandono

Por teu livre pensamento / Foram-te longe encerrar / Tão longe que o meu lamento / Não te consegue alcançar / E apenas ouves o vento / E apenas ouves o mar / Levaram-te a meio da noite / A treva tudo cobria / Foi de noite numa noite / De todas a mais sombria / Foi de noite, foi de noite / E nunca mais se fez dia / Ai! dessa noite o veneno / Persiste em me envenenar / Oiço apenas o silêncio / Que ficou em teu lugar / E ao menos ouves o vento / E ao menos ouves o mar

 

Por tu libre pensamiento / Te fueron a encerrar lejos / Tan lejos que mi lamento / No te consigue alcanzar / Y apenas oyes el viento / Y apenas oyes el mar / Te llevaron en medio de la noche / La niebla todo lo cubría / Fue de noche en una noche / De todas la más sombría / Fue de noche, fue de noche / Y nunca más se hizo día / Ay, de esta noche el veneno / Persiste en envenenarme / Oigo apenas el silencio / Que quedó en tu lugar / Y al menos oyes el viento / Y al menos oyes el mar

Foi Deus

Não sei... não sabe ninguém / Porque canto o fado neste tom magoado de dôr e de pranto / E neste tormento, todo sofrimento / Eu sinto que a alma, cá dentro se acalma nos versos que canto / Foi Deus que deu luz aos olhos / Perfumou as rosas, deu oiro ao sol e prata ao luar / Foi Deus que me pôs no peito / Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar / E pôs estrelas no céu / E fez o espaço sem fim / Deu o luto às andorinhas / E deu-me esta voz a mim / Se canto, não sei o que canto / Misto de ventura, saudade e ternura e talvez amor / Mas sei que cantando sinto o mesmo quando se tem um desgosto / E o pranto no rosto nos deixa melhor / Foi Deus que deu voz ao vento / Luz ao firmamento, e deu o azul às ondas do mar / Foi Deus que me pôs no peito / Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar / Fez poeta o rouxinol / Pôs no campo o alecrim / Deu as flores á primavera / E deu-me esta voz, a mim

 

No sé... No lo sabe nadie / Por qué canto fado en este tono herido de dolor y llanto / Y en este tormento, todo el sufrimiento / Yo siento que el alma, aquí dentro se calma en los versos que canto / Fue Dios quien dio luz a los ojos / Perfume a las rosas, dio oro al sol y plata a la luz de la luna / Fue Dios quien me puso en el pecho / Un rosario de penas que voy desgranando y que lloro al cantar / Y puso estrellas en el cielo / E hizo el espacio sin fin / Dio luto a las golondrinas / Y me dio esta voz a mi / Si canto, no sé lo que canto / Mezcla de ternura, saudade y ternura y tal vez de amor / Pero sé que cantando siento lo mismo que cuando se tiene un disgusto / Y el llanto en el rostro nos deja mejor / Fue Dios quien dio voz al viento / Luz al firmamento, y dio azul a las olas del mar / Fue Dios quien me puso en el pecho / Un rosario de penas que voy desgranando y que lloro al cantar / Hizo poeta al ruiseñor / Puso en el campo el romero / Dio a las flores la primavera / Y me dio esta voz a mí

Soledad

Soledad

Antes de que el sol se vaya

Como un pájaro perdido

También yo te diré adiós

Soledad, Soledad

También yo te diré adiós

Tierra

Tierra muriendo de hambre

Piedras secas, hojas bravas

Ay, quien te puso ese nombre

Soledad, Soledad

Sabía qué son las palabras...

 Antes de que el sol se vaya

Como un gesto de agonía

Caerás de mis ojos

Soledad

Indiecita

Indiecita tan sentada

En la ceniza desierta del suelo

¿Qué piensas?, no pienses nada

Soledad, Soledad

Que la vida es toda secreta

Como estrella

Como estrella en estas cenizas

Antes de que el sol se vaya

Ni después vendrá Dios

Soledad, Soledad

Ni después vendrá Dios

Pues sólo él explicaría

A quién sirve tu destino

Sin dolor ni alegría

Un corazón tan breve

También te diré adiós

Soledad, Soledad

Soledad

Antes que o Sol se vá

Como um pássaro perdido

Também te direi adeus

Soledad, Soledad

Também te direi a Deus

Terra

Terra morrendo de fome

Pedras secas, folhas bravas

Ai quem te pôs esse nome

Soledad, Soledad

Sabia o que são palavras...

Antes que o Sol se vá

Como um gesto de agonia

Cairás dos olhos meus

Soledad

Indiazinha

Indiazinha tão sentada

Na cinza do chão deserta

Que pensas, não pensas nada

Soledad, Soledad

Que a vida é toda secreta

Como estrela,

Como estrela nestas cinzas

Antes que o Sol se vá

Nem depois não virá Deus

Soledad, Soledad

Nem depois não virá Deus

Pois só ele explicaria

A quem teu destino serve

Sem mágoa nem alegria

Um coração tão breve

Também te direi adeus

Soledad, Soledad

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