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Gisela João

 

Gisela João, nacida en Barcelos el 6 de noviembre de 1981, comenzó a interesarse por el fado a la edad de ocho años. Con diecisiete ya cantaba en la Adega Lusitana de Barcelos. Se fue a Oporto en el 2000 para estudiar diseño, pero inmediatamente debutó como cantante en una casa de fados de la ciudad.

En 2008 grabó un disco titulado «Meu fado» con Estúdios Conquista. En 2009 grabó con los Atlantihda y participó en el álbum que ese año grabó Fernando Alvim. Participó como fadista en la película «O Grande Kilapy» (2012).

Gisela João, Helder Moutinho e JP Simões dan el concierto Canções Urbanas en noviembre de 2012.

Para el periodista António Pires es una de las mayores revelaciones del fado femenino de los últimos años.

El 8 de marzo de 2013 actuó en el Centro Cultural de Belem y ese mismo año, el 1 de julio, lanza su disco en solitario «Gisela João».

 

Discografía

Gisela João (2013)

 

1. Madrugada Sem Sono
2. Vieste Do Fim Do Mundo
3. Meu Amigo Está Longe
4. Bailarico Saloio
5. Voltaste
6. Sei Finalmente
7. Canto De Rua (Instrumental)
8. Primavera Triste
9. (A Casa Da) Mariquinhas
10. Sou Tua
11. Malhões E Vira
12. Maldiçao
13. Nao Venhas Tarde
14. Antigamente

 

MADRUGADA SEM SONO

Na solidão a esperar-te / Meu amor fora da lei / Mordi meus lábios sem beijos / Tive ciúmes, chorei / Despedi-me do teu corpo / E por orgulho fugi / Andei dum corpo a outro corpo / Só p'ra me esquecer de ti / Embriaguei-me, cantei / E busquei estrelas na lama / Naufraguei meu coração / Nas ondas loucas da cama / Ai abraços frios de raiva / Ai beijos de nojo e fome / Ai nomes que murmurei / Com a febre do teu nome / De madrugada sem sono / Sem sem luz, nem amor, nem lei / Mordi os brancos lençóis / Tive saudades, chorei.

 

Esperándote en soledad / Mi amor fuera de ley / Mordí mis labios sin besos / Tuve celos, lloré / Me despedí de tu cuerpo / Y hui por orgullo / Fui de un cuerpo a otro cuerpo / Sólo para olvidarme de ti / Me emborraché, canté / Y busqué estrellas en el lodo / Naufragué mi corazón / En las olas locas de la cama / Ay, abrazos fríos de rabia / Ay, besos de nausea y hambre / Ay, nombres que murmuré / Con la fiebre de tu nombre / De madrugada sin sueño / Sin luz, ni amor, ni ley / Mordí las sábanas blancas / Sentí saudades, lloré.

VIESTE DO FIM DO MUNDO

Vieste do fim do mundo / num barco vagabundo / Vieste como quem / tinha que vir para contar / histórias e verdades / vontades e carinhos / promessas e mentiras de quem / de porto em porto amar se faz / Vieste de repente / de olhar tão meigo e quente / bebeste a celebrar / a volta tua / tomaste'me em teus braços / em marinheiros laços / tocaste no meu corpo uma canção / que em vil magia me fez tua / Subiste para o quarto / de andar tão mole e farto / de beijos e de rum / a noite ardeu / cobri-me em tatuagens / dissolvi-me em viagens / com pólvora e perdões tomaste / o meu navio que agora é teu

 

Viniste del fin del mundo / en un barco vagabundo / viniste como quien / tenía que venir para contar / historias y verdades / deseos y cariños / promesas y mentiras de quien / de puerto en puerto se hace amar / Viniste de repente / con la mirada tan suave y cálida / bebiste para celebrar / tu regreso / me tomaste en tus brazos / en nudos marineros / tocaste en mi cuerpo una canción / que en vil magia me hace tuya / Subiste para el cuarto / con un andar tan débil y cansado / de besos y de ron / la noche ardió / me cubrí de tatuajes / me disolví en viajes / con pólvora y perdones tomaste / mi navío que ahora es tuyo

O MEU AMIGO ESTA LONGE

Nem um poema, nem um verso, nem um canto, / Tudo raso de ausência, tudo liso de espanto / Amiga, noiva, mãe, irmã, amante, / Meu amigo está longe / E a distância é tão grande. / Nem um som, nem um grito, nem um ai / Tudo calado, todos sem mãe nem pai / Amiga, noiva, mãe, irmã, amante, / Meu amigo esta longe / E a tristeza é tão grande. / Ai esta magoa, ai este pranto, ai esta dor / Dor do amor sózinho, o amor maior / Amiga, noiva, mãe, irmã, amante, / Meu amigo esta longe / E a saudade é tão grande.

 

Ni un poema, ni un verso, ni un canto, / Todo lleno de ausencia, todo liso de espanto / Amiga, novia, madre, hermana, amante / Mi amigos está lejos / Y la distancia es tan grande. / Ni un sonido, ni un grito, ni un ay / Todo callado, todo sin madre ni padre / Amiga, novia, madre, hermana, amante, / Mi amigo está lejos / Y la tristeza es tan grande. / Ay, esta amargura, ay este llanto, ay este dolor / Dolor del amor solo, el amor mayor / Amiga, novia, madre, hermana, amante, / Mi amigo está lejos / Y la saudade es tan grande.

BAILARICO SALOIO

Ainda agora aqui cheguei / Já me mandaram cantar / O i o ai, já me mandaram cantar! / Sou criada de servir / Não me posso demorar / O i o ai, não me posso demorar! / Bailarico saloio / Não tem nada que saber / O i o ai, não tem nada que saber! / É andar com um pé no ar / Outro no chão a bater / O i o ai, outro no chão a bater! / Anda lá para adiante / Que eu atrás de ti não vou / O i o ai, que eu atrás de ti não vou! / Não me deixe o coração / Amar a quem me deixou / O i o ai, amar a quem me deixou! / Bailarico saloio / Não tem nada que saber / O i o ai, não tem nada que saber! / Ó sua descaradona / Tira a roupa da janela / O li-o-lei, tira a roupa da janela! / Que essa camisa sem dono / Lembra-me a dona sem ela / O i o ai, lembra-me a dona sem ela! / Bailarico saloio / Não tem nada que saber / O i o ai, não tem nada que saber! / É andar com um pé no ar / Outro no chão a bater / O i o ai, outro no chão a bater!

 

Justo ahora que he llegado / Ya me han mandado cantar / O i o ai, ¡ya me han mandado cantar! / Soy criada de servicio / No me puedo demorar / O i o ai, ¡no me puedo demorar / Para el baile popular / Nada se tiene que saber / O i o ai, ¡nada se tiene que saber! / Es tener un pie en el aire / Y otro golpeando en el suelo / O i o ai, ¡y otro golpeando en el suelo! / Venga, vete hacia delante / Que yo tras de ti no voy / O i o ai, ¡que yo tras de ti no voy! / No me deje el corazón / Amar a quien me dejó / Para el baile popular / Nada se tiene que saber / O i o ai, ¡nada se tiene que saber! / Ay, qué gran descarada / Quita la ropa de la ventana / O i o ai, ¡quita la ropa de la ventana! / Que esa camisa sin dueño / Me recuerda a la dueña sin ella / O i o ai, ¡me recuerda a la dueña sin ella / Para el baile popular / Nada se tiene que saber / O i o ai, ¡nada se tiene que saber! / Es tener un pie en el aire / Y otro golpeando en el suelo / O i o ai, ¡y otro golpeando en el suelo!

VOLTASTE

Voltaste, ainda bem que voltaste / As saudades que eu sentia não podes avaliar / Voltaste, e à minha vida vazia / Voltou aquela alegria que só tu lhe podes dar / Voltaste, ainda bem que voltaste / Embora saiba que vou sofrer o que já sofri / Cansei, cansei de chorar sozinha / Antes mentiras contigo do que verdades sem ti / Voltaste, que coisa mais singular / Eu quase não sei cantar se tu não estás a meu lado / Voltaste, já não me queixo nem grito / És o verso mais bonito deste meu fado acabado / Voltaste, ainda bem que voltaste / O passado é passado, para que lembrar agora / Voltaste, quero lá saber da vida / Quando dormes a meu lado, a vida dorme lá fora

 

Volviste, qué bien que volviste / Las saudades que sentía no las puedes calibrar / Volviste, y a mi vida vacía / Volvió aquella alegría que sólo tú le puedes dar / Volviste, qué bien que volviste / Aunque sepa que sé que voy a sufrir lo que ya sufrí / Me cansé, me cansé de llorar sola / Prefiero mentiras contigo que verdades sin ti / Volviste, qué cosa tan singular / Yo casi no sé cantar si tú no estás a mi lado / Volviste, ya no me quejo ni grito / Eres el verso más bello de este fado mío acabado / Volviste, qué bien que volviste /  El pasado es pasado, para qué recordarlo ahora/ Volviste, no quiero saber de la vida / Cuando duermes a mi lado, la vida duerme allá fuera

SEI FINALMENTE

Sei finalmente / Que afirmam, fazem apostas / Que não sou infelizmente / Aquela de quem tu gostas / Oh meu amor / Fala-me toda a verdade / Seja qual for / Peço-te eu por caridade / Tem compaixão desta dor / Tem dó de mim / Eu vi um sim / Onde os outros viram não / A minha luz / Só tu foste e mais ninguém / A minha cruz / Pode ser o teu desdém / Não se me dá / Que se riam por meu mal / Que me digam não ser já / A mulher do teu ideal / Oh meu amor / Que à minha alma te encostas / Diz o que for / Peço-te eu de mãos postas

 

Sé finalmente / Que afirman y hacen apuestas / Que no soy infelizmente / Aquella que a ti te gusta / Oh, amor mío / Dime toda la verdad / Sea cual sea / Te lo pido por caridad / Ten compasión de este dolor / Ten piedad de mí / Yo vi un sí / Donde otros vieron un no / Mi luz / Fuiste sólo tú y nadie más / Mi cruz / Puede ser tu desdén / No llevo bien / Que se rían de mi mal / Que me digan que ya no soy / Tu mujer ideal / Oh, amor mío / Que te arrimas a mi alma / Di lo que sea / Te lo pido suplicando

PRIMAVERA TRISTE

Dá-me os beijos que não deste / Os abraços que esqueceste / Meu amor cuida de mim / Tanto tempo à tua espera / O meu olhar desespera / Neste mar que não tem fim / Odeio o céu e as estrelas / Ja não sei olhar p'ra elas / O meu norte é o meu chão / Largo o medo pelas águas / Contra o sol as minhas mágoas / E na lua o coração / Sou amiga das marés / Por saberem quem tu és / Como eu e mais ninguém / Sabe Deus mais do que o mundo / Do desejo mais profundo / De quem sofre a dor d'alguém

 

Dame los besos que no diste / Los abrazos que olvidaste / Mi amor, cuida de mí / Tanto tiempo a tu espera / Mi mirada desespera / En este mar que no tiene fin / Odio el cielo y las estrellas / Ya no sé mirar hacia ellas / Mi norte es mi suelo / Echo el miedo por las aguas / Contra el sol mis amarguras / Y en la luna el corazón / Soy amiga de las mareas / Porque saben quién eres / Como yo y nadie más / Sabe Dios más que el mundo / Del deseo más profundo / De quien sufre el dolor de alguien

(A CASA DA) MARIQUINHAS

Foi numa ruela escura que encontrei / A tal casa de fado da Mariquinhas / Que de Alfredo Marceneiro / Veio ao nosso cancioneiro / Como sendo uma casa de meninas. / E com o tempo passado / Foi na voz da dona Amália / Que a casa foi da desgraça às ginjinhas. / E que mesmo com um fado renovado / Já não tinha nem sardinhas. / Depois veio a Hermínia Silva que cantou / O regresso da saudosa Mariquinhas / Mas foi sol de pouca dura / Que mesmo sem ditadura, / Hoje em dia até as vacas são lingrinhas. / Agora veem meus olhos / Que nem amor, nem penhor / Esta casa está mais velha que as vizinhas! / As janelas estão tapadas com tijolos / E as paredes estão sozinhas. / Só um gato solitário no telhado / E uma placa que está cheia de letrinhas: / 'Vende-se' oca e esburacada, / Por fora toda riscada / E encostada na fachada uma menina. / Mas esta não canta fado / Só sabe fumar o cigaro e com o fumo / Quando sopra faz bolinhas. / Não sabe quem já morou naquele espaço / Ou quem foi a Mariquinhas. / E aqui estou eu à porta desgostosa / Vendo a casa que está morta e em ruínas. / Por causa destes senhores / Até já nem tem penhores, / Porque mais ninguém tem ouro nas voltinhas. / Mas se eu fechar os olhos / E imaginar as farras, / Ainda se ouvem as guitarras / E cantigas. / Porque a casa é a canção que sei melhor / E vou cantar toda a vida. / Porque a casa é a canção que sei decor / E vou cantar toda a vida!

 

Fue en un callejón oscuro donde encontré / La casa de fados de Mariquinhas / Que de Alfredo Marceneiro / Vino a nuestro cancionero / Como si fuese una casa de señoritas. / Y cuando pasó el tiempo / Fue en la voz de doña Amália / Una casa de desgracia y de ginjinhas. / Y que incluso con un fado renovado / Ya no había ni sardinas. / Después fue Hermínia Silva quien cantó / El regreso de la saudosa Mariquinhas / Pero fue flor de un día / Pues incluso sin dictadura, / Hoy en día hasta las vacas son flacuchas. / Ahora ven mis ojos / Que ni amor, ni empeños / ¡Esta casa está más vieja que las vecinas! / Las ventanas están tapadas con ladrillos / Y las paredes están solitas. / Sólo un gato solitario en el tejado / Y una placa que está llena de letritas: / «Se vende» hueca y agujereada, / Por fuera completamente olvidada / Y apoyada en la fachada una muchacha. / Pero esta no canta fado / Sólo sabe fumar el cigarro y con el humo / Cuando lo echa hace anillos. / No sabe quien vivió antes en aquel lugar / O quien fue Mariquinhas. / Y aquí estoy yo en la puerta, disgustada / Viendo la casa que está muerta y ruinas. / Por culpa de esos señoras / Ya no es ni casa de empeños, / Porque nadie tiene oro en los collares / Pero si cierro los ojos / E imagino las juergas, / Aún se oyen las guitarras / Y los cánticos / Porque la casa es la canción que mejor sé / Y la voy a cantar toda la vida. / Porque la casa es la canción que sé de memoria / Y la voy a cantar toda la vida.

SOU TUA

Ás vezes sinto desejo / De ofender-te, embora iluda / Meu coração a sofrer / Mas fico, quando te vejo / Tão pequenina e tão muda / Com tanto p'ra te dizer / É então que a minha boca / Porta voz desta alma louca / Murmura quase sem querer / Sou tua / Como o luar é da lua / Como as pedras são da rua / E p'ra ser tua nasci / Sou tua / Tão tua que me convenço / Que já nem a mim pertenço / Que sou um pouco de ti / Sou tua / Deixai-me gritar ao vento / P'ra que o vento num lamento / Diga ao mar, à terra, ao céu / Sou tua / E deixa que os olhos meus / Só vejam p'ra ver os teus / Embora não sejas meu / Sou tua / E deixa que os olhos meus / Só vejam p'ra ver os teus / Embora não sejas meu /

 

A veces siento deseos / De ofenderte, aunque engañe / A mi corazón que sufre / Pero me quedo, cuando te veo / Tan pequeñita y tan muda / Con tanto para decirte / Entonces es cuando mi boca / Portavoz de este alma loca / Murmura casi sin querer / Soy tuya / Como la luz es de la luna / Como las piedras son de la calle / Y para ser tuya nací / Soy tuya / Tan tuya que me convenzo / Que ya ni a mí me pertenezco / Que soy un poco de ti / Soy tuya / Déjame gritarlo al viento / Para que el viento en un lamento / Le diga al mar, a la tierra y al cielo / Soy tuya / Y deja que mis ojos / Vean sólo para ver tus ojos / Aunque o seas mío / Soy tuya / Y deja que mis ojos / Vean sólo para ver tus ojos / Aunque no seas mío

MALHÕES E VIRAS

Onde vais toda lampeira? / Morena de olhos travessos / P'ra onde vais toda lampeira? / Oh malhão, malhão / P'ra onde vais toda lampeira? / Tão depressa e coradinha / Toda cheia de chieira / Isto é do pó da eira! / Chamaste-me, moreninha / Isto é do pó da eira / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste, coitado! / Eu por ti suspiro, eu por ti dou ais / Eu por ti não vou suspirar jamais! / Ó malhão, triste, coitado / Por causa de ti, malhão / Ando triste, apaixonado / Eu por ti suspiro, eu por ti dou ais / Eu por ti não vou suspirar jamais! / Ó meu amor meu amor / Quem me dera ter-te aquí / Quem me dera ter-te aquí / Ó ai ó lari ló lela / Passar toda a minha vida / Contigo ao pé de mim / Ó ai ó lari ló lela / Deixa-te estar a meu lado / E não mais te vás embora / E não mais te vás embora / Ó ai ó lari ló lela / Pró meu coração coitado / Viver na vida uma hora / Viver na vida uma hora / Ó ai ó lari ló lela / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste malhão / Ó lindinho! / Triste vida, quem te dá? / Não hei de casar contigo / Não hei de casar contigo / Ó lindinho! / Nem te hei de deixar casar! / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste malhão / Ai, tão lindo! / Ó, malhão, triste coitado! / Por causa de ti, malhão / Por causa de ti, malhão / Ó, lindinho / Ando triste, apaixonado! / Ó minha menina, não vamos chorar / Hás de ter amor / E sabê-los amar.

 

¿Dónde vas tan ligera ? / Morena de ojos traviesos / ¿A dónde vas tan ligera? / Oh, malhão, malhão / ¿A dónde vas tan ligera? / Tan deprisa y colorada / Toda llena de vanidad / ¡Esto es del polvo de la era! / Me llamaste, morenita / ¡Esto es del polvo de la era! / Oh, malhão, triste malhão / Oh, malhão, triste malhão / ¡Oh, malhão, triste, pobrecito! / Yo por ti suspiro, yo por ti doy ayes / ¡Yo no voy a suspirar jamás por ti! / Oh, malhão, triste, pobrecito / Por tu culpa, malhão / Ando triste y apasionado / Yo por ti suspiro, yo por ti doy ayes / ¡Yo no voy a suspirar jamás por ti / Oy, mi amor, mi amor / Ojalá te tuviera aquí / Ojalá te tuviera aquí / O ai ó lari ló lela / Pasarme toda la vida / Contigo junto a mí / O ai ó lari ló lela / Déjate estar a mi lado / Y no vuelvas a irte lejos / Y no vuelvas a irte lejos / O ai ó lari ló lela / Por mi pobre corazón / Vivir en la vida una hora / Vivir en la vida una hora / O ai ó lari ló lela / Oh, malhão, triste malhão / Oh malhão, triste malhão / ¡Oh guapito! / Triste vida, ¿quién te da? / No he de casarme contigo / No he de casarme contigo / ¡Oh, guapito! / Ni he de dejarte casar / Oh malhão, triste malhão / Oh malhão, triste malhão / ¡Ay, tan lindo! / Oh, malhão, triste pobrecito! / Por tu culpa, malhão / Por tu culpa, malhão / Oh, guapito / ¡Ando triste, apasionado! / Oh, mi niña, no vamos a llorar / Debes tener amor / Y saber amarlos.

MALDIÇÃO

Que destino, ou maldição / Manda em nós, meu coração? / Um do outro assim perdido / Somos dois gritos calados / Dois fados desencontrados / Dois amantes desunidos / Por ti sofro e vou morrendo / Não te encontro, nem te entendo / Amo e odeio sem razão / Coração... quando te cansas / Das nossas mortas esperanças / Quando paras, coração? / Nesta luta, esta agonía / Canto e choro de alegría / Sou feliz e desgraçada / Que sina a tua, meu peito /Que nunca estás satisfeito / Que dás tudo... e não tens nada / Na gelada solidão / Que tu me dás coração / Não há vida nem há norte / É lucidez, desatino / De ler no próprio destino / Sem poder mudar-lhe a sorte

 

¿Qué destino o maldición / Manda en nosotros, mi corazón? / Perdidos así uno de otro / Somos dos gritos callados / Dos fados desencontrados / Dos amantes desunidos / Por ti sufro y voy muriendo / No te encuentro ni te entiendo / Amo y odio sin razón / Corazón, ¿Cuándo te cansas / De nuestras muertas esperanzas / Cuándo paras, corazón? / En esta lucha, esta agonía / Canto y lloro de alegría / Soy feliz y desgraciada / Qué sino el tuyo, mi pecho / Que nunca estás satisfecho / Que das todo... y no tienes nada / En la helada soledad / Que tú me das corazón / No hay ni vida ni muerte / Es lucidez, desatino / De leer en el propio destino / Sin poder cambiarle la suerte

NÃO VENHAS TARDE

Não venhas tarde... dizes-me tu com carinho / Sem nunca fazer alarde do que me pedes baixinho / Não venhas tarde... eu peço a Deus que no fim / Teu coração ainda guarde... um pouco de amor por mim / Tu sabes bem que eu vou p'ra outra mulher / Que ela me prende também / E eu só faço o que ela quer / Tu estás sentindo que te minto e sou cobarde / Mas sabes dizer, sorrindo / Meu amor não venhas tarde / Não venhas tarde... dizes-me sem azedume / Quando o teu coração arde... na fogueira do ciúme / Não venhas tarde... dizes-me tu da janela / Eu venho sempre mais tarde porque não sei fugir dela / Tu sabes bem que eu vou p'ra outra mulher / Que ela me prende também / Que eu só faço o que ela quer / Sem alegria, eu confesso, tenho medo / Que tu me digas um dia / Meu amor não venhas cedo / Por ironia, pois nunca sei onde vais / Que eu chegue cedo algum dia e seja tarde demais

 

No vengas tarde... me dices tú con cariño / Sin hacer jamás alarde de lo que pides bajito / No vengas tarde... yo pido a Dios que en el fin / Tu corazón aún guarde un poco de amor por mí / Tú sabes bien que voy con otra mujer / Que ella me retiene también / Y yo sólo hago lo que ella quiere / Tú estás sintiendo / Que te miento y soy cobarde / Pero sabes decir sonriendo / Mi amor, no vengas tarde / No vengas tarde... me dices sin despecho / Cuando tu corazón arde en la hoguera de los celos / No vengas tarde... me dices desde la ventana / Y yo vengo siempre más tarde porque no sé huir de ella / Tú sabes bien que voy con otra mujer / Que ella me retiene también / Y yo sólo hago lo que ella quiere / Sin alegría, lo confieso, tengo miedo / Que tú me digas un día / Mi amor, no vengas pronto / Por ironía, pues nunca sé dónde vas / Que yo llegue pronto un día y sea demasiado tarde

ANTIGAMENTE

Meu velho Fado Corrido / Se foste dos mais bairristas / Porque te mostras esquecido / Na garganta dos fadistas? / Explicou-me um velho amigo / Como o Fado era tratado / Tinha graça, o Fado antigo / Da forma que era cantado / Um ramo de loiro à porta / Indicava uma taberna / À noite era uma lanterna / Com sua luz quase morta / Sob os cascos da "vinhaça" / Deitada em forma bizarra / Estava sempre uma guitarra / Para servir de "negaça" / O canjirão da "murraça" / De tosco barro vidrado / Andava sempre colado / Aos copos p'lo balcão / E era assim nesta função / Como o Fado era tratado / Se aparecia um tocador / Às vezes até "zaranza" / Pedia ao tasqueiro a banza / Para mostrar seu valor / Pouco tempo decorrido / Cheia a taberna se via / P'ra escutar a cantoria / Ao som do Fado Corrido / Todos prestavam sentido / Quando alguém cantava o Fado / O tocar era arrastado / O estilo dava a garganta / E hoje pouca gente o canta / Da forma que era cantado / Escutei com atenção / Um cantador do passado / E a sua linda canção / Prendeu-me p'ra sempre ao Fado / Por muito que se disser / O Fado é canção bairrista / Não é fadista quem quer / Mas sim quem nasceu fadista

 

Mi viejo Fado Corrido / Si fuiste de los más populares / ¿Por qué te presentas olvidado / A la garganta de los fadistas? / Me explicó un viejo amigo / Cómo era tratado el fado / Tenía gracia el Fado antiguo / Por la forma en que era cantado / Un ramo de laurel en la puerta / Señalaba una taberna / Por la noche una lamparilla / Con su luz casi muerta / Bajo los cascos de un "vinucho" / Echada de forma extraña / Estaba siempre una guitarra / Para servir de reclamo / La jarrita de vino / De tosco barro vidriado / Estaba siempre pegado / A los vasos en la barra / Y era así en esta función / Como el Fado era tratado / Si aparecía un "tocador" / Incluso a veces cogorza / Pedía al camarero la guitarra / Para mostrar su valor / Y al poco tiempo / La taberna se llenaba / Para escuchar los cantos / Al son del Fado Corrido / Todos prestaban atención / Cuando alguien cantaba Fado / El tocar era arrastrado / El estilo lo daba la garganta / Y hoy poca gente lo canta / De la forma en que era cantado / Escuché con atención / A un cantante del pasado / Y su hermosa canción / Me unió para siempre al Fado / por mucho que se diga / El Fado es canción de barrio / No es fadista quien quiere / Pero sí quien nació fadista

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